Brasão Paroquial: Paróquia Nossa Senhora D’Ajuda
Veneráveis irmãos e irmãs, em conformidade com o Cân. 535, § 3º do Código de Direito Canônico que dispõe: “Tenha cada paróquia um selo próprio; as certidões relativas ao estado canônico dos fiéis, tal como todos os atos que possam ter valor jurídico, sejam assinados pelo próprio pároco ou seu delegado, e munidos com o selo paroquial.”
Mediante tal apresentação, que sejam feitas as explicações do presente brasão:
O brasão paroquial é constituído pelas letras A e M representando a pessoa de Maria, fazendo-nos recordar a saudação do Anjo Gabriel “ Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo. Não temas Maria, pois encontraste a graça diante de Deus” (Lc 1: 28-33). Pois bem,Maria foi a única que achou graça diante de Deus, porque foi excepcionalmente concebida sem o pecado original.
Dando continuidade, as letras A e M estão rodeadas de doze estrelas, porque a Mãe de Jesus, é a mulher revestida com o sol e que traz consigo sob sua cabeça uma coroa de doze estrelas, como nos mostra o livro do Apocalipse: “ Apareceu um grande sinal no céu, uma mulher revestida de sol, a lua debaixo dos seus pés e na cabeça uma coroa de doze estrelas” (Ap 12,1). Desta maneira, as estrelas em volta do monograma, lembram as doze tribos de Judá do Antigo Testamento, bem como, os doze apóstolos, que são as doze colunas que sustentam a Igreja, e através deles todos os pastores, fazendo-nos evocar um dos títulos de Maria que é justamente o de “ Rainha dos Apóstolos”.
Notamos que há uma coroa real acima das letras A e M, simbolizando que Maria é a Rainha do céu. O Papa Pio XI, através da Encíclica Quas Primas, recordou um ensinamento precioso da Igreja acerca da pessoa de Jesus: Ele é Rei. E é exatamente nisto que se fundamenta a tradição bimilenar dos cristãos de conceder a Virgem Maria os títulos de “Senhora” e “Rainha”. Portanto, se Jesus é Rei profetizado e exaltado desde o Antigo Testamento, Maria é a Rainha Mãe , a figura maternal.
A saber, Maria Santíssima é nossa soberana, ela está incalculavelmente acima de todas as criaturas e, enquanto Mãe de Deus, sua súplica é governativa por vontade de Deus. Por assim dizer, ela tem o cetro de Deus nas mãos, como indica claramente a imagem de Nossa Senhora D’Ajuda, na mão esquerda segura o Menino Jesus e na direita o cetro real. Isto posto, representa que ela tem o governo de toda a criação, pela sua santidade incomparável e união com Deus, bem como pela Maternidade Divina e pelo fato de ser Esposa do Espírito Santo.
Encontramos dentro do brasão a cor azul, que evidencia a justiça, o cuidado pela doçura, lealdade, inocência e a piedade. Com tal característica, é o símbolo da presença da Virgem Maria.
A Cruz é vista como a glória de Cristo, na qual a sua glorificação começa na Cruz e é o sinal da nossa salvação, assim obtém um profundo significado de obediência e fidelidade de Cristo ao projeto do Pai. Ele esvazia-se de Si e por amor doar-se à humanidade, um grande sinal de entrega que possibilitou a nossa salvação e lembramos que Maria também esteve junto aos pés da Cruz, conforme mostra-nos o Evangelho de João (19,25) onde relata o momento da crucificação de Jesus. À vista disso, certamente Maria olhava para aquela cena dolorosa com todo seu amor, só conseguia ver seu filho, o Filho de Deus se consumindo de amor por toda a humanidade. Portanto, a Cruz atrás do brasão simboliza a comunidade paroquial que segue a Cristo Bom Pastor, bem como expressa o sinal da comunidade unida em Cristo e em comunhão com a Igreja.
Nas faixas inferiores está o Nome da Paróquia Nossa Senhora D’Ajuda, juntamente com a data de ereção canônica: 14 de Março de 1965, com a Santa Missa presidida por Dom Filipe Tiago Broers OFM, o primeiro bispo da Diocese de Teixeira de Freitas/Caravelas, nomeando o Frei Simão Putman OFM, como primo Vigário Paroquial de Itanhém.
Abaixo o Lema Paroquial : “ Totus Tuus Mariae” , esta expressão do latim “totus tuus” significa todo teu todo de Maria. Recordamos destarte o pontificado de São João Paulo II, que utilizou este lema devido sua particular devoção e consagração a Virgem Maria, porém a fraseologia obtém sua origem nos escritos de São Luís Maria Grignion de Montfort.
Por sermos uma Paróquia toda de Nossa Senhora, os fiéis amparados por Maria aqui venerada como a Senhora D’Ajuda, devem em tudo imitá-la em suas virtudes e fidelidade a Jesus Cristo. Em vista disso, a alocução: “Totus Tuus ego sum, et omnia mea tua sunt”, ou melhor, “Eu sou todo teu, e tudo o que é meu te pertence”, a cada instante os paroquianos são chamados a colocar Maria em vossas vidas e configurar-se á Jesus, assim colocá-los no cerne de sua história.
Por: Seminarista Tharles Brandão